[Veja SP]As escolas e empresas que ajudam os paulistanos a estudar no exterior

01/02/2017

Nada como realizar uma viagem internacional e, no retorno, trazer na bagagem não apenas experiências e suvenires, mas também uma nova formação. Mais de 230 000 brasileiros deixaram o país em 2014 para estudar no exterior, número que cresceu quase seis vezes nos últimos dez anos, segundo dados da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), a associação que reúne as principais agências nacionais de intercâmbio. O mercado paulistano representa quase um terço do total. “Mesmo em períodos de crise, como o que vivemos atualmente, investir em educação é uma necessidade”, afirma a presidente da Belta, Maura Leão.

A soma não inclui pessoas que saíram por conta própria para frequentar universidades de ponta como Harvard, MIT, Cambridge ou Stanford. “Ter um currículo com passagem por uma instituição estrangeira significa estar alguns passos à frente dos concorrentes a uma vaga no mercado de trabalho”, diz Maurício Betti, diretor de novos negócios da MBA Empresarial, focada em levar pessoas daqui para esses centros de formação. Confira ao longo desta reportagem uma seleção de empresas, escolas e cursos que ajudam os interessados a estudar fora do país, nos mais variados formatos.

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Graduação

O paulistano Thomas Meyer foi um dos 35 000 estudantes a enviar currículo a Harvard em 2016. Só 5% dos interessados serão aceitos na universidade americana. Aos 15 anos e no ensino médio da escola St. Pauls, nos Jardins, ele tenta aumentar sua chance com estudos para provas como Toefl (exame de inglês) e SAT (espécie de vestibular dos EUA). Desde fevereiro, frequenta a Upreps, que oferece aulas particulares por cerca de 5 000 reais ao mês. “Tenho 22 pessoas em lista de espera”, conta o professor David Butler. Atuando há 35 anos, a escola ajudou o pai de Thomas a conseguir vaga no MBA de Harvard, há trinta anos. “Ele puxa o aluno ao limite”, conta Fabrice Meyer. Outro curso preparatório, e gratuito, é o da Fundação Estudar: em 2015, 92% dos alunos foram aceitos em faculdades de excelência.

Pós-graduação

Focada em profissionais que desejam cursar uma pós-graduação em administração no exterior, a escola MBA Empresarial, com sede no bairro de Indianópolis, na Zona Sul, potencializa a chance de ingresso em universidades de ponta, ao indicar as instituições mais adequadas ao perfil do aluno. O curso preparatório, de 5 000reais, é composto de doze sessões particulares. O gasto aumenta bastante depois do ingresso na faculdade. Por um MBA em Harvard, por exemplo, é preciso desembolsar60 000 dólares anuais (cerca de 210 000 reais). Uma alternativa é procurar bolsas de estudo, que podem bancar esse valor parcial ou totalmente.

A Fundação Lemann financia cerca de quarenta brasileiros por ano nas melhores universidades do mundo, como Harvard, MIT, Columbia e Stanford. Pelas regras do programa, o interessado deve ter sido aceito em cursos de pós-graduação relacionados a transformações sociais. “O objetivo é levar o aluno a aplicar o conhecimento aqui no Brasil”, explica a gerente de projetos da instituição, Anna Laura Schmidt.

Outra iniciativa privada é o Instituto Ling, responsável por investir quase 5 milhões de dólares em mais de 250 bolsas. Programas internacionais como Chevening (www.chevening.org) e Daad são focados em instituições na Inglaterra e na Alemanha. Outra dica é a Fundação Capes, ligada ao Ministério da Educação, que disponibiliza boas opções em seu site.

Intercâmbio

Aprender um novo idioma e, de quebra, realizar um curso de algumas semanas de gastronomia — que pode ser até na prestigiada escola Le Cordon Bleu, em Paris, na França — ouescolher qualquer outra especialidade em um país diferente: esse é um formato de aprendizado que atrai muitos brasileiros, por ser mais barato e exigir menor tempo de dedicação. O destino campeão nos últimos anos foi o Canadá, seguido por Estados Unidos, Austrália, Irlanda e Inglaterra. A Europa, em geral, oferece muitas opções. Na CI Intercâmbio e Viagem(www.ci.com.br), por exemplo, um intercâmbio de duas semanas em Barcelona, com curso de espanhol e mais aula de artes plásticas, custa entre 6 000 e 8 000 reais, incluindo hospedagem em casa de família. A procura também é grande por lugares menos óbvios, especialmente aqueles em que é possível conciliar os estudos de curta duração com atividades de lazer. Um exemplo é Auckland, na Nova Zelândia, conhecida por oferecer bons pontos para a prática de esportes radicais.

A ilha mediterrânea de Malta é outra dessas alternativas e hoje já figura como o sétimo local mais procurado por intercambistas. Na Experimento Intercâmbio Cultural, a viagem de duas semanas, com intensivo de inglês, curso de mergulho e hospedagem, sai por mais de 6 000 reais.

Bolsas esportivas

Ex-atleta da categoria de base do Palmeiras, o lateral-direito Lucas Silva prepara-se para estrear em um campeonato americano de futebol. Seu objetivo não é a seleção brasileira nem um time europeu; ele quer ser economista. Depois de cursar dois anos no Mackenzie, ele foi admitido na Park University, em Missouri, Kansas City. Um vídeo com seus dotes no campo e um teste de inglês o levaram a obter uma bolsa de 60% — o custo mínimo de uma universidade nos Estados Unidos é de 30 000 dólares por ano (cerca de 100 000 reais). “É preciso ir bem nos jogos e nas provas para manter o benefício”, diz. Esse tipo de intercâmbio inclui ainda natação, vôlei e basquete. O interessado deve ter, no máximo, 22 anos. Algumasempresas da capital oferecem o serviço de intermediação. A Educasports, no Paraíso, cobra 7 800 reais pela assessoria, que inclui a inscrição nas provas e a regularização dos documentos.

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Outra companhia da área é a Next Level. Por uma mensalidade de 379 reais, ela se responsabiliza pela preparação esportiva e de inglês, e por enviar os vídeos que mostram as habilidades dos candidatos às universidades. O processo inteiro costuma durar, em média, um ano.

 

Fonte: http://vejasp.abril.com.br/consumo/estudo-exterior-intercambio-idioma-bolsas/